“Esta é a equação suicida que está em vigor no Brasil e noutros países da América Latina e no Caribe há várias décadas.
Notemos a gravidade da expressão sem fim. Ela corresponde ao círculo vicioso do quanto mais pagamos, mais devemos. Corresponde também ao desígnio do Império do Norte, os EUA, de submeter as nações devedoras a ofertas ‘irrecusáveis’ de empréstimos internacionais em troca da realização de grandes obras de engenharia, executadas por grandes empreiteiras nacionais (no caso de países ‘emergentes’ como o Brasil) e estadunidenses (nos outros casos). A imagem do governo local de “boa governança”, de promotor do crescimento econômico e de bom pagador gera popularidade e garante reeleição. Mas a verdade é que um tal governo escolheu deixar-se aprisionar nas garras do projeto imperial dos EUA. As empresas transnacionais enriquecem e ampliam sua presença em todos os setores rentáveis da economia. Os EUA obtêm favores, como acordos de livre comércio, acesso aos recursos naturais, concessões financeiras, contratos públicos, bases militares, apoio a ações militares estadunidenses noutros países, e outros. E o país devedor, além de mais endividado, fica geralmente mais pobre e mais dependente.
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