“O filme “Amor”, de Michael Haneke tem diversos aspectos positivos. A direção, o desempenho de Riva e Trintignant, a continuidade do roteiro, a ambientação da estória, o roteiro musical são de alta qualidade. Em resumo, é muito “bom cinema”. No entanto, não é um filme sobre o Amor. Seus temas são a velhice, a doença e a morte. O filme foi mal batizado. E este erro crasso nos leva a uma expectativa também equivocada. Num tempo de transição de eras, em que a civilização do Patriarcalismo, da Razão Pura, da lógica cerebral acima do sentimento e do coração dá sinais inequívocos de estar em fase terminal, existe no etos coletivo uma abertura, até mesmo uma sede de saber mais sobre o amor, de aprender os caminhos de vivenciá-lo, dando conteúdo superior a vidas hoje desprovidas de sentido porque reduzidas a relações meramente comerciais e utilitárias.
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