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Mulheres que resistem à militarização na América Latina: Onésima Linqueo

“Sou uma mulher terra. Atuo na defesa dos direitos humanos das crianças indígenas da região, principalmente, neste território que é vítima da violência estadual e policial, afetados pela militarização. O meu trabalho é e sempre foi dedicado a estes territórios onde vivenciam a violência de Estado. Este é o meu cenário de trabalho”. É assim que Onésima Lienqueo, mulher Mapuche, defensora da infância e educadora intercultural na área de Psicoeducação, descreve o importante trabalho que faz no território Wallmapu em que mora. Ela é a segunda entrevistada da série “Mulheres que resistem à militarização na América Latina”, uma iniciativa do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) e da comunicadora comunitária mareense Gizele Martins, onde o objetivo é colocar em foco a vida de mulheres que enfrentam a militarização da vida e de seus territórios. Desde 2007, essa parceria vem somando forças e sistematizando debates no campo das lutas contra os megaeventos e megaprojetos, denunciando a militarização da vida como uma das estruturas que sustentam o modelo de desenvolvimento que vivemos – pautado pela ampla exploração dos corpos e dos territórios. O objetivo desta série é colocar em foco a vida de mulheres que também enfrentam a militarização da vida. Aqui, elas contam suas trajetórias e de suas coletividades.