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Instituto Pacs lança relatório de atividades e destaques dos campos de atuação de 2022

O Instituto Pacs disponibilizou nesta semana o Relatório de Atividades do ano de 2022, que traz as principais atividades e apostas de atuação do último ano. O documento aborda os destaques dos campos de trabalho do instituto, especialmente em resposta aos impactos da pandemia da Covid-19 nos territórios, e a relação com a conjuntura em âmbito local, nacional e internacional. O material está disponível na aba Transparência do site. 

O diálogo próximo com as populações de territórios impactados por megaprojetos e de comunidades tradicionais, o trabalho com as mulheres e a juventude e as articulações em defesa dos direitos humanos foram essenciais na atuação de saberes e práticas no contexto da pandemia. Com o avanço da vacinação e a diminuição dos casos da doença, foi possível retomar as atividades territoriais, marcadas especialmente por processos formativos sobre conteúdos como segurança digital, debate sobre fake news, mudanças climáticas, autogestão e bem viver nos territórios, produção de materiais de educação e comunicação populares, agroecologia, segurança e soberania alimentar. 

O debate acerca dos conflitos socioambientais e da luta contra os fundamentalismos religiosos, com ênfase nos seus impactos particulares na vida das mulheres, também foi uma das maiores apostas do trabalho do instituto para o último ano, o que reverbera nas atividades e articulações planejadas para o ano de 2023. Como pontos a serem pautados e visibilizados ainda mais neste ano, destacamos o enfrentamento à fome e a luta por soberania e segurança alimentar, fundamental para qualquer outro avanço; o direito à cidade, à terra e ao território; o enfrentamento aos megaprojetos e suas contínuas violações de direitos; a valorização da ciência; e o avanço na superação da dicotomia entre desenvolvimento e direitos, a partir do protagonismo de grupos populares e periféricos.

“Seguimos, portanto, colocando nossa força nas denúncias das desigualdades e injustiças sociais e ambientais, assim como nos anúncios de vida surgidos e cultivados nos territórios em que pisamos e nos somamos nas lutas pela vida. Construímos essa história em teia, junto a uma série de organizações, movimentos sociais e redes que acreditam na força da coletividade. Seguimos construindo juntas saberes e práticas autogestionárias e insurgentes, com a especial atenção à centralidade do cuidado coletivo, do autocuidado e da autodefesa territoriais. Com os avanços que tivemos em 2022 no fortalecimento institucional e na consolidação de novas articulações, entendemos que os aprendizados e construções desse ano serão reforços para pontes que ampliarão, em 2023, as convergências na mirada e construção de outros mundos possíveis.” (Trecho do documento)

Confira os principais destaques de atividades e lançamentos de 2022:

Autogestão em rede

Plano Popular Alternativo ao Desenvolvimento (PPAD) traz a série Autogestão em Rede,  com as experiências de três coletivos que fazem parte do Coletivo Autogestão, criado a partir do Encontro Autogestão, promovido anualmente pelo Instituto Pacs: Pão e TintaRede Tumulto e Assentamento Terra Vista (Teia dos Povos da Bahia).

Autogestão em rede: memórias e caminhos do Coletivo Pão e Tinta

Autogestão em rede: memórias e caminhos da Rede Tumulto

Autogestão em rede: memórias e caminhos do Assentamento Terra Vista

Coletivo Autogestão e as principais ações territoriais na pandemia no Plano Popular Alternativo ao Desenvolvimento

A aba “Na pandemia”, lançada em junho de 2022, traz as principais ações do Coletivo Autogestão durante a pandemia, divididas em quatro categorias: acesso à água e saúde; luta por terra, território e moradia; soberania e segurança alimentar; e comunicação e mobilização.

Encontro Autogestão: horizontes de autonomia e bem viver nos territórios

A oitava edição do Encontro Autogestão, formação anual do Instituto Pacs, aconteceu em dezembro de 2022 e foi intitulada “Encontro Autogestão: horizontes de autonomia e bem viver nos territórios”, contando com coletivos e movimentos sociais de seis estados: Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Pará, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo. 

Minicurso de Políticas Públicas para mulheres atingidas por megaprojetos e empresas

Com o objetivo de potencializar lutas e reflexões estratégicas de mulheres lideranças que lutam contra violações de direitos socioambientais em seus territórios, o Instituto Pacs realizou em novembro de 2022 o “Minicurso de Políticas Públicas para mulheres atingidas por megaprojetos e empresas”. O encontro, que também foi realizado como o terceiro Intercâmbio de Comunidades do Projeto De Mãos Dadas Criamos Correnteza, aconteceu presencialmente no Rio de Janeiro e reuniu cerca de 20 mulheres de mais de 10 territórios diferentes do Brasil.

Lançamento Projeto De Mãos Dadas Criamos Correnteza

O Instituto PACS (RJ), o Fórum Suape (PE) e o Instituto Terramar (CE), em parceria, lançaram em abril o Projeto “De Mãos Dadas Criamos Correnteza: populações costeiras fortalecidas na luta por justiça socioambiental e climática”, que terá 3 anos de duração, cofinanciado pela União Europeia. O objetivo principal é promover no Brasil um funcionamento da democracia pluralista, participativa e representativa, para o cumprimento dos acordos internacionais nas temáticas de meio ambiente, mudanças climáticas e direitos humanos. A ideia é gerar movimento contra a violação dos acordos, nos voltando no Ceará para os Parques Eólicos terrestres e marinhos, em Pernambuco para o Complexo Industrial Portuário de Suape, e em estados da região Sudeste aos impactos causados pela maior indústria siderúrgica da América Latina, Ternium.

Cartilha e vídeo-animação Mudanças Climáticas e Siderurgia: Impactos locais e globais da Ternium Brasil

O Instituto Pacs, em parceria com o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, lançou em outubro a cartilha e o vídeo-animação “Mudanças Climáticas e Siderurgia: Impactos locais e globais da Ternium Brasil”. Os materiais abordam o impacto das emissões de gases de efeito estufa pela siderurgia no aquecimento global, destacando o caso específico da Ternium Brasil, a maior siderúrgica da América Latina, localizada no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Para conferir outros materiais, acesse a Biblioteca Berta Cáceres e o canal oficial do Instituto Pacs no Youtube.

Rotas do Minério de Ferro: impactos, violações de direitos e resistências populares

A cartilha “Rotas do Minério de Ferro: impactos, violações de direitos e resistências populares”, produzida numa parceria entre o Instituto Pacs e o Grupo PoEMAS, surge da necessidade de conhecer melhor essa rede de produção, principalmente a partir da interligação das lutas cotidianas contra a destruição e as violações de direitos por empreendimentos mínero-metalúrgicos em diferentes localidades.

Responsabilidade Social: O caso da Ternium em Santa Cruz

O Instituto Pacs e o Coletivo Martha Trindade, em parceria com o Observatório Extremo Sul, lançam o vídeo-animação “Responsabilidade Social: O caso da Ternium em Santa Cruz”.O material é fruto de uma pesquisa produzida pelas organizações e traz o debate sobre o que as empresas chamam de Responsabilidade Social, com foco no caso de uma das maiores siderúrgicas da América Latina, a Ternium Brasil. A empresa fica localizada no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e desde 2006 é responsável por uma série de violações de direitos humanos e socioambientais.