.

Notícias

Instituto Pacs participa da Semana de Acción Global: pela anulação da dívida

Organizações de diversos países participaram da Semana de Acción Global: Contra a Dívida e as Instituições Financeiras Internacionais (IFIs), que ocorreu entre os dias 10 e 17 de outubro. Promovida pela Rede Jubileu Sul, a mobilização internacional reivindicou a anulação, cancelamento e o não pagamento das dívidas, a partir de atividades realizadas em contraponto às deliberações do Banco Mundial e do FMI.

O Instituto Pacs, que compõe à Rede Jubileu Sul/Brasil e Jubileu Sur/Américas, também realizou debates e levou às redes sociais denúncias contra crimes cometidos pelos megaprojetos no Brasil.

https://www.instagram.com/p/CGSUYZoJ3Nq/

Os impactos das empresas na vida das mulheres foram discutidos na décima primeira edição do Ciclo de Debates “Mulheres Territórios de Luta”. Com o tema “Territórios Saqueados pela Dívida e a Rebeldia das Mulheres”, o evento reuniu Sandra Quintela (Pacs/Jubileu Sul), Antônia Melo (Xingu Vivo para Sempre), Magnólia Said (Esplar/Jubileu Sul) e Rosa Rivero (Marcha Mundial de las Mujeres Macronorte).

As convidadas destacaram o endividamento público que consome mais da metade do orçamento brasileiro e o quanto que a atuação dos megaprojetos está relacionada com um conjunto de violações que recaem sobre as mulheres. “Nós mulheres resistimos ao poder corporativo. Queremos acabar com o poder do mercado sobre nossas vidas, reafirmar a autonomia das mulheres”, afirmou Rosa Rivero.

Ainda seguindo a programação da Semana de Acción Global, o Pacs reuniu operadores do Direito e representantes de territórios atingidos pela Vale, Ternium, Nova Energia/Belo Monte e Complexo Industrial de Suape. O encontro virtual realizado no dia 16 de outubro, teve como tema “Territórios Atingidos por Megaprojetos: denúncias e apoio jurídico popular”.

Durante a atividade, os moradores reafirmaram as denúncias contra as empresas e provocaram a reflexão sobre possíveis caminhos e estratégias visando a incidência no campo jurídico. Advogados populares, defensores públicos e demais operadores do Direito participantes também trouxeram contribuições para a construção de possíveis ações.

Para a coordenadora do Pacs, Marina Praça, a Semana de Acción Global trouxe para a centralidade do debate o papel das instituições financeiras e da dívida sobre os corpos e territórios. “Os megaprojetos de hidroelétricas, mineração, especulação imobiliária, militarização, agronegócio e todos os megaempreendimentos têm a financeirização como parte da sua estrutura, além da vinculação direta com os bancos e instituições financeiras”.

Ainda de acordo com Marina, tais projetos possuem como central um modelo de financeirização da vida e dos recursos naturais, o que contradiz o próprio discurso de desenvolvimento defendido pelas empresas. “Desenvolvimento para quem? A hidrelétrica de Belo Monte da empresa Norte Energia acabou com milhares de formas de vida, se acabou com a vida do rio Xingu, se acabou com a possibilidade de desenvolvimento de milhares de comunidades e famílias, impunemente. Nada foi feito, além do fato de que não há reparação para as perdas das formas de viver”, questiona.

Com o encerramento da Semana de Acción Global, o Pacs pretende dar continuidade aos diálogos construídos durante as ações. A expectativa é ampliar as articulações para dar mais visibilidade às denúncias contra os megaprojetos e buscar estratégias para além da incidência no campo jurídico.