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Um ano de Brumadinho: movimentos organizam homenagem às vítimas, recuperam memória de luta contra a mineração e lançam campanha pela preservação das nascentes

Por Movimento Águas e Serras de Casa Branca e Associação Comunitária da Jangada

No marco de um ano do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, movimentos realizam atividades de homenagem às vítimas, cobrando medidas de reparação integral aos atingidos, à população e ao meio ambiente. O resgate histórico da luta contra a mineração no município também é parte importante das atividades propostas pelo Movimento Águas e Serras de Casa Branca e pela Associação Comunitária da Jangada, que desde 2010 questionam as operações do Complexo de Paraopeba da Vale, que abrange as minas de Córrego do Feijão e Jangada.

 

 

“Nossa história de luta mostra claramente que o rompimento da barragem não foi acidente, nem um fato isolado e inesperado, e sim algo previsto se considerarmos a forma enganosa com que a empresa atua. Nestes 10 anos, vimos inúmeras violações de direitos e muitas mentiras. Se nossas diversas denúncias e críticas tivessem recebido a devida atenção das autoridades competentes, esse crime poderia ter sido evitado”, afirma Maíra do Nascimento, integrante do Movimento Águas e Serras de Casa Branca.   As atividades programadas incluem a inauguração de uma exposição sobre a memória de luta contra a mineração na cidade e o lançamento da Campanha Jangada Água Viva, com a presença de convidados, além de uma coletiva de imprensa e uma caminhada pelo centro de Casa Branca (veja detalhes abaixo).

Os movimentos reivindicam a centralidade da memória e do resgate histórico como parte da ideia de reparação integral aos atingidos e à comunidade. O conceito foi criado a partir da jurisprudência internacional da Corte Interamericana de Direitos Humanos, e oferece amparo jurídico para que as medidas de reparação sejam amplas e efetivas, e contemplem também a reconstrução da verdade, da difusão da memória histórica e da dignificação das vítimas, assim como garantias de não repetição.

“Sem resgatar a memória, nunca teremos justiça. Mesmo com a grande tragédia cometida, a Vale tem pretensões de voltar a extrair minério em Brumadinho, com a retomada e a expansão da mina da Jangada, o que destruirá irreversivelmente nossas nascentes, que historicamente abastecem a população de água potável. A retomada das operações será um claro sinal de que o crime compensa e nós faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para impedir isso. Em manifesto de 2014 a população já afirmava: “nossa água é inegociável, nossas vidas não estão a venda!”, finaliza Danilo Chammas, morador e assessor jurídico da Associação Comunitária da Jangada.

Agenda de atividades no marco do 1 ano do rompimento da barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

Dia 23 de janeiro, quinta, 18h30 às 21h30, na Escola Municipal Carmela Caruso Alluoto, Casa Branca

Evento: Valorizando a Memória para ação presente: a Verdade pelas Águas e pela Vida

A história de resistência à mineração em Brumadinho 2010-2019

Lançamento da exposição, roda de conversa (com presença de instituições parceiras e convidados), intervenção artística/mística, homenagens e música.

Dias 24 e 25 de janeiro

A exposição estará montada no Santuário Nossa Senhora do Rosário, no centro de Brumadinho, no marco da I Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral.

Dia 26 de janeiro, domingo, 10h, em Casa Branca

Coletiva de imprensa: Lançamento da Campanha Jangada Água Viva, para que a Vale e sua controlada MBR nunca mais voltem a operar atividades extrativas no Complexo Paraopeba

Caminhada da sede do Movimento Águas e Serras de Casa Branca (Avenida Casa Branca, 430) até a praça São Sebastião.

Contato para a entrevistas e informações à imprensa

Carolina de Moura

(31) 99111.9359

Acesse os materiais da campanha Janeiro Marrom, criada no intuito de alertar sobre os impactos socioambientais da mineração: janeiromarrom.com.br