Economia Feminista
No mundo do trabalho, a situação das mulheres chama atenção nas diferenças salariais, a disparidade no acesso a médios e altos cargos de chefia e a, ainda, pequena participação política, além de serem a maioria no mercado informal. São as mulheres, também, as mais afetadas com a falta de políticas públicas de educação e saúde, as que mais sofrem com concentração de renda, as que mais sentem o avanço dos megaprojetos de desenvolvimento e seus impactos nocivos com a sobrecarga de trabalho em seus corpos e territórios.
A Economia tradicional não contabiliza monetariamente o trabalho reprodutivo, aquele se destina à reprodução da vida, cuidados com as casas, filhos e família, embora este feito e sentido em diferentes níveis pelas diversas classes sociais e realizado, em sua maioria, por mulheres que acumulam jornadas de trabalho dentro e fora de casa. Entendemos esse trabalho como estrutural para a sociedade e para manutenção da vida. A Economia Feminista se ocupa, dentre outras coisas, a dar visibilidade e colocar esse trabalho como central para o funcionamento da sociedade.
Para o Instituto PACS, não existe outra maneira de repensar a sociedade se não transformar o papel que a mulher assume nela, criticar a estrutura patriarcal do sistema e trabalhar na direção de uma reparação histórica sentida nos corpos e nos cotidianos de vida e luta. Assim, além de partirmos da Economia Feminista, apostamos na releitura da economia política feminista a partir das mulheres dos quilombos, das favelas, das periferias, das comunidades e povos tradicionais, como uma forma substantiva de garantir uma sociedade justa e igualitária.