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Série de infográficos traz dados sobre impactos diferenciados da pandemia na vida das mulheres latino-americanas

Próximo ao marco de 3 anos de pandemia do Covid-19, o Instituto Pacs lançou nas redes sociais na última terça-feira (14/02) o material “Rastros da pandemia na vida das mulheres latino-americanas”, que traz dados sobre os impactos diferenciados desse período na vida das mulheres, contemplando cinco países da América Latina: Brasil, Chile, Cuba, México e Peru.

Vale ressaltar que no dia 13/02/2023, pela 1º vez o Brasil não registrou nenhuma morte pelo vírus em 24h. Apesar do dado trazer o sentimento de alívio, não podemos nos esquecer, jamais, das 697.674 vidas perdidas pelo negacionismo e negligência.

A série de infográficos é fruto de um dossiê que será lançado em breve pelo Instituto, construído com o intuito de apresentar um panorama latino-americano acerca da pandemia, num esforço de sistematização de dados e informações a partir de referências, tais como publicações e relatórios elaborados por organizações sociais, institutos de pesquisa, coletivos feministas e movimentos sociais em cada contexto específico, abordando as peculiaridades da condição de vida das mulheres. Construir memórias feministas sobre o período da pandemia é um ato de luta por justiça!

Muitos foram os danos e as consequências para a saúde e para a dinâmica de vida da população. Além de se tratar de um momento do enfrentamento de novos desafios para a ciência e para os sistemas de saúde público e privado – que ficaram saturados com a quantidade de atendimentos, testes e internações de pacientes em estado agravado pelo Covid-19 – a pandemia também evidenciou desafios no âmbito político e institucional, incluídas aí as tentativas de fechamento de fronteiras internas e externas e a necessidade de realização de confinamentos – também conhecidos como “lockdowns”.

Como se não bastassem os efeitos tenebrosos de uma crise sanitária sem precedentes, no Brasil, a pandemia tomou outra proporção, na medida em que foi pautada pelo negacionismo, que muitas vezes proveio de meios oficiais, tanto no que dizia respeito à veracidade da doença quanto na minimização das consequências por ela geradas. A condução da crise sanitária por parte do governo Bolsonaro (2018-2022), no momento auge, caracterizou-se pela ausência de políticas emergenciais e pela falta de comunicação clara e eficaz, sendo o obscurantismo das informações e dos dados da doença uma tônica naquele período.

É inegável que dentre a parcela da sociedade mais diferencialmente afetada pela pandemia, estavam as mulheres e, especificamente, as negras, que assumiram o ônus e o fardo mais pesado da tarefa de cuidar dos/as enfermos/as, concentrando ainda mais funções àquelas já tradicionalmente exercidas por elas.

O material faz parte da Campanha #MulheresTerritóriosdeLuta, que tem o objetivo de trazer o caminho das lutas e práticas de resistências marcadas e vividas desde os corpos das mulheres atingidas pelos megaprojetos de desenvolvimento. Nessa edição, os temas abordados foram: sobrecarga do trabalho, insegurança alimentar e violência.

Para conferir a série, clique aqui!

  • Pesquisa: Vitória Gonzalez Rodriguez
  • Ilustrações: Raquel Batista
  • Projeto Gráfico: Karoline Kina
  • Texto: Laura Rougemont e Karoline Kina